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Notas do Mercado Imobiliário – 24 a 30 de março de 2014

22 de março de 2014
  • BANCOS SAUDÁVEIS Conforme o Relatório de Estabilidade Financeira divulgado há poucos dias pelo Banco Central, os bancos brasileiros seriam capazes de absorver até mesmo uma forte queda nos preços de imóveis residenciais, como a que ocorreu em 2008 nos Estados Unidos. Segundo o documento, os bancos começariam a sentir algum impacto apenas se os preços imobiliários caíssem pela metade.
  • SEM ESPECULAÇÃO O Banco Central também afirmou que não existe nenhuma evidência de que haja ou tenha existido especulação imobiliária com recursos do sistema financeiro. De acordo com o BC, não é comum alavancagem com investimento imobiliário no País, além do que o mercado de crédito imobiliário é muito pequeno em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
  • PODE DAR PROBLEMA O BC encaminhou documentação ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal, demonstrando que se o Judiciário determinar a correção dos saldos das contas do FGTS pela inflação – questão atualmente discutida em inúmeras ações judiciais, em todo o Brasil -, os contratos de financiamento no âmbito do SFH deverão ter seus juros elevados de 6% a 8,66% para 11% ao ano. Não parece ser bom para quase ninguém.
  • SISTEMA SAC Muita gente ainda tem dúvidas sobre como são calculadas as prestações no Sistema de Amortização Constante, atualmente utilizado em praticamente todos os mútuos imobiliários. É simples. Você divide o valor financiado pelo número de parcelas para saber o valor fixo mensal; depois, você acrescenta o juro, calculado mensalmente sobre o montante do saldo devedor, que diminui a cada mês. A correção monetária é anual.
  • TABELA PRICE Antigamente, o modelo preferido para cálculo das prestações era o Sistema Francês de Amortização, mais conhecido como Tabela Price. Nele, as parcelas ficam iguais ao longo de todo o financiamento, incluindo capital e juro – o que favorece quem quer pagar uma prestação inicial menor. Entretanto, como as prestações nunca diminuem, o mutuário sempre corre o risco da sua renda não conseguir acompanhar a correção monetária, também anual.
  • BUROCRACIA CARA De acordo com um estudo encomendado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção e pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, as barreiras burocráticas e regulatórias encarecem em aproximadamente 12% o preço final dos imóveis no Brasil. A dificuldade para obtenção de licenciamento é o que mais inviabiliza ou torna mais caros os empreendimentos imobiliários.
  • LANÇAMENTO NOS EUA Além de sermos considerados bons compradores, agora o País passou a exportar empreendedores. Um grupo deles acabou de lançar um condomínio com 200 casas, pertinho da Disneyworld, na Flórida. A imobiliária responsável pelas vendas nos EUA, diz que já comercializou cerca de 50 unidades ao preço médio de R$ 600.000,00 (cerca de R$ 4 mil o metro quadrado, mobiliado).
  • CONSTRUIR PARA ALUGAR Tendência em voga nos EUA e que está desembarcando no Brasil, é construir para alugar – sozinho ou em grupo. Como os imóveis novos não exigem reformas e sua manutenção é mais barata, os inquilinos tendem a valorizá-los. Segundo a FSP, na região de Atlanta casas novas com cinco quartos e três banheiros são oferecidas por USD 1,300,00 mensais.
  • PREÇOS RELATIVOS Como tudo na vida, o preço do metro quadrado dos imóveis também é relativo. Quem acha caro pagar “apenas” USD 10 mil/m² em Ipanema (RJ), desconhece a dura realidade enfrentada por outros compradores milionários: USD 120 mil em Manhattan, USD 105 mil em Londres, USD 97 mil em Mônaco, USD 95 mil em Hong Kong. Não entendo porque a grita contra os preços no Brasil….