Notas do Mercado Imobiliário – semana de 3 a 9 de setembro

2 de setembro de 2012
  • PMCMV EMPACOU Na avaliação do mercado, a primeira fase do Programa Minha Casa, Minha Vida, lançado em abril de 2009 pelo Governo Federal, empacou. Quase metade das construções previstas não foram entregues e os maiores prejudicados com essa demora são os compradores de baixa renda, com rendimentos de até R$ 1.600,00 por mês. Os problemas são os altos preços dos terrenos e os baixos custos definidos pelo governo para a fabricação das casas.
  • AUMENTOU O ESTOQUE Não foi só em São Paulo que aumentou o estoque das incorporadoras; segundo a Ademi/PR, o estado do Paraná registrou o segundo maior número de apartamentos novos à venda desde 2007. Por conta disso, no Rio de Janeiro a Brookfield Incorporações entrou na onda dos grandes descontos, enquanto que no Rio Grande do Sul a Cyrela passou a conceder abatimentos vultuosos. Uma queima nacional de imóveis.
  • MENOS RECURSOS PRÓPRIOS Conforme a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), no primeiro semestre deste ano diminuiu a parcela de recursos particulares utilizada pelos tomadores de empréstimos habitacionais – era de 52,1% em 2005 e agora caiu para 36,8%. Apesar da queda, o indicador revela que os compradores estão financeiramente saudáveis, pois o sistema permite que eles aportem recursos próprios de apenas 10% do preço.
  • AINDA FALTA MÃO DE OBRA Apesar da retração nas vendas, o mercado imobiliário se ressente da falta de mão de obra: 90% das empresas que atuam na construção civil tem vagas em aberto. Quando o assunto é qualificação profissional, o percentual é parecido: 89% dos empresários brasileiros reclamam da dificuldade de contratar pessoas capacitadas. Há um enorme campo aberto para quem presta bons serviços.
  • IMÓVEL É BOM NEGÓCIO Levantamento realizado pela Quorum Brasil, mostra que 41% dos homens e 62% das mulheres acham que o investimento em imóveis é o que apresenta o melhor retorno financeiro. Em matéria de segurança, imóveis só perdem para a poupança segundo 65% dos homens e 79% das mulheres. Questionados sobre qual investimento pretendem fazer no futuro, 69% dos homens e 88% das mulheres responderam que em imóveis.
  • SEM PÉ NEM CABEÇA Volta e meia, surgem na internet – e até chegam a ganhar algum destaque – comentários absolutamente despropositados sobre imóveis. Há poucos dias, um professor de economia da FGV garantiu que os preços terão forte queda depois da Copa do Mundo de 2014, podendo a desvalorização chegar a 50% nas cidades-sede. Não conheço o mestre, mas dá para perceber que o seu negócio não é mercado imobiliário.
  • CONDOMÍNIOS COM CANDIDATOS Diferentemente do que ocorre nos condomínios residenciais antigos, onde seus habitantes costumam recusar a função, nos condomínios construídos mais recentemente chega a haver disputa pelo cargo de síndico (mesmo sem remuneração). A explicação pode estar no desejo dos moradores cuidarem melhor do seu novo patrimônio, como acontece com os automóveis O Km.
  • HOME EQUITY Começa a ganhar corpo no Brasil o refinanciamento imobiliário, modalidade de crédito bastante conhecida no Primeiro Mundo, onde é chamada de home equity. Trata-se de empréstimo de longo prazo, com taxas de juros reduzidas, garantido pela alienação fiduciária do imóvel. Esse recurso tem sido buscado por quem quer liquidar dívidas com juros mais altos, adquirir bens ou formar capital de giro.
  • SEIS EM DEZ Dentre as dez empresas de capital aberto mais lucrativas nos segmentos da construção civil, locação de imóveis e empreendimentos imobiliários da América Latina e Estados Unidos, seis são brasileiras: BrMalls, BR Properties, MRV, Cyrela, São Carlos Participações e Sonae Sierra Brasil, pela ordem. Nada mal, principalmente se considerarmos que a concorrência envolveu as gigantes norte-americanas e mexicanas do setor.