Notas Sobre o Mercado Imobiliário – semana de 11 a 17 de março

11 de março de 2012

ALMOÇO NO CANTEIRO DE OBRAS

Aos poucos, as construtoras vão incorporando novos conceitos nos seus canteiros de obras. Uma das novidades, que tem feito o maior sucesso, é o fornecimento de almoço aos trabalhadores, de modo que os operários não precisem mais trazer a conhecida marmita de casa. Refeições balanceadas e quentes, descanso após a comida e maior interação com os colegas, fazem com que os empregados mantenham-se mais saudáveis e bem dispostos, sintam-se mais reconhecidos pelo empregador e faltem menos ao trabalho.

JK & 1 QUARTO SÃO OS PREFERIDOS

Pelo menos até 2011, cerca de 70% das pessoas que participavam de lançamentos de quitinetes e apartamentos de um dormitório na planta, eram investidores interessados na revenda ou na locação futura das unidades. A explicação está no menor preço desse tipo de economia e na maior facilidade em alugá-la. Não surpreende, assim, que do total de apartamentos vendidos no País, aproximadamente metade seja composta de JK e um quarto.

LATINOS ENRIQUECEM MIAMI

De acordo com pesquisa recente, na área central de Miami o preço médio do metro quadrado é de 4.300 dólares, contra cerca de 10.700 dólares no Rio e 9.700 em São Paulo. Não surpreende, portanto, que as vendas de imóveis residenciais naquela metrópole norte-americana, em 2011, tenha sido 46% superior às de 2010, especialmente para brasileiros. Venezuelanos e argentinos também estão na lista dos melhores clientes.

CRÉDITO PESSOAL IMOBILIÁRIO EM ALTA

A Caixa Econômica Federal informa que sua carteira de crédito pessoal com garantia imobiliária já conta com quase treze mil clientes, cujo valor médio de contratação é de R$ 130.000,00. A expectativa da CEF para 2012 é alocar R$ 5 bilhões para essa área. Esse tipo de empréstimo é destinado a pessoas físicas e tem juros baixos, a partir de 1,35% ao mês. O dinheiro pode ser utilizado pelo tomador para qualquer finalidade, desde o pagamento de dívidas até seu uso como capital de giro.

A EXAME E O CASO ENCOL

A alarmante manchete que a Exame estampou na capa de um dos seus últimos números (“Um mercado sob suspeita”), causou forte impacto negativo no meio imobiliário, principalmente em virtude da notícia ter lembrado a famosa quebra da Encol. Embora no corpo da matéria a revista não haja feito alusão a nenhum grande risco iminente aos compradores, o fato é que ela causou desconforto no mercado.

UM ANO DE AJUSTES

Para o Secovi-SP, a queda de 21,20% verificada na venda de imóveis novos residenciais (2011 sobre 2010), mostrou que ocorreu um ajuste nesse mercado em São Paulo. Em Belo Horizonte a coisa foi pior: segundo o Sinduscon de Minas Gerais, a venda desses imóveis caiu 39,91% no mesmo período. Na comparação, a capital paulista perdeu menos e ainda viu a venda de imóveis usados crescer 19% no ano passado.

NÚMEROS PREOCUPANTES

Relatório da EZTEC, uma das melhores construtoras brasileiras, traz dados preocupantes: no 1º trimestre do ano passado, 86% das unidades lançadas pela empresa foram vendidas; no 2º trimestre, 62%; no 3º trimestre, 36%, e no quarto trimestre, somente 26%. Em todo 2011, a construtora vendeu apenas 54% dos imóveis que lançou. Afinal, o mercado só trocou de marcha ou pisou no freio?

CRESCEM OS FINANCIAMENTOS HABITACIONAIS

Conforme o Banco Central, o crédito disponibilizado para a aquisição da casa própria chegou a mais de R$ 205 bilhões em janeiro, alcançando 5% do Produto Interno Bruto – o que significa o triplo do que havia há cinco anos (1,50% em 2007). Mais de 90% desses recursos foram destinados a setores específicos, como o Programa Minha Casa, Minha Vida. Em fevereiro, o montante do crédito habitacional superava em 44% o que existia um ano antes, mostrando que há uma decisão governamental de prestigiar o mercado imobiliário. Cerca de 60% das compras de imóveis residenciais envolvem financiamento.

NEGÓCIO SEM COMISSÃO

A Justiça Federal do Rio Grande do Sul proibiu a cobrança de comissão de corretagem dos compradores de imóveis do Programa Minha Casa Minha Vida. É uma decisão liminar, sujeita a recurso, concedida pelo juízo da 2ª Vara Federal de Pelotas. Segundo o magistrado, a cobrança de corretagem nas unidades do programa contrariaria as diretrizes do sistema, que tem nítido caráter social e busca reduzir o déficit de moradias no país.