Notas sobre o Mercado Imobiliário – semana de 08 a 15 de abril

16 de abril de 2012

IR & IMÓVEL FINANCIADO

Entra ano e sai ano, a dúvida dos contribuintes ressurge: como declarar ao Imposto de Renda a compra de imóvel financiado? Resposta: informe a aquisição normalmente, digitando na página “Bens e Direitos” todos os dados relativos à compra, principalmente o CPF ou CNPJ do alienante. Na coluna “Situação em 31/12/2011”, comunique o valor total pago durante o ano passado ao vendedor e ao agente financeiro. Não preencha a coluna “Situação em 31/12/2010” nem o formulário de “Dívidas e Ônus Reais”.

DECORANDO SEU LAR

Ao se comprar ou alugar um imóvel, nossa a tendência é personalizá-lo imediatamente. Dizem os especialistas, no entanto, que não devemos customizar tudo ao mesmo tempo, porque há uma grande chance de querermos mudar algo logo ali adiante. Então, a ordem é decorar um tipo de ambiente de cada vez, começando pelos quartos; evita-se, assim, a compra de coisas que não vão ser usadas.

UM SENHOR PREJUÍZO

A Gafisa, uma das maiores empresas do ramo imobiliário, apresentou seu balanço de 2011 com um prejuízo superior a um bilhão de reais. Segundo fontes internas, o problema ocorreu devido à compra da Tenda, uma incorporadora com foco na classe C, que está enfrentando problemas de inadimplência em seus contratos, de erros orçamentários nas obras e de atraso na entrega das construções.

O MERCADO E A INTERNET

Recente pesquisa apontou que 71% dos brasileiros entre 18 e 25 anos prefeririam viver sem televisão, mas não sem internet. Portanto, ainda que desconsiderados o espaço sem fim de divulgação que o mundo digital permite, além das facilidades de busca que o mesmo oferece, o futuro da propaganda e do marketing imobiliários já está traçado. Os meios publicitários tradicionais precisam se reciclar para não ter um destino igual ao dos filmes de rolo.

LIQUIDAÇÃO DE IMÓVEIS

Com o esfriamento da demanda e a contínua entrada de imóveis novos no mercado, as construtoras começam a liquidar seus estoques para fazer caixa. Não vale tudo para agarrar o comprador, mas descontões de até 30% têm sido anunciados em jornais de todo o País. Há, também, brinde de carros, prêmios em móveis, abatimento de custas, isenção de condomínios e entrada zero. As promoções não chegam aos imóveis do Programa Minha Casa, Minha Vida, onde a margem de lucro é baixa e qualquer diferença pode comprometer o orçamento da obra.

RIBEIRÃO PRETO LOTADA

Uma das maiores metrópoles paulistas, Ribeirão Preto receberá aproximadamente 3.000 imóveis novos, com valor de mercado superior a R$ 150.000,00, até o final do próximo ano. Apesar de constar no rol das cinco cidades com maior movimentação financeira do Brasil, com quase R$ 100 bilhões/ano, os analistas imobiliários acreditam que não haverá mercado para tantas unidades.

FINANCIAMENTOS APERTADOS

Precavidos, os bancos resolveram dar uma enxugada na oferta de crédito, principalmente ao setor automobilístico, que está apresentando indesejável inadimplência. Como já há respingos no mercado imobiliário, é interessante que corretores e vendedores identifiquem desde logo compradores com problemas cadastrais, ainda antes da assinatura dos contratos preliminares, para não haver perda de tempo e de dinheiro. Até a CEF está refugando maus pagadores.

CONCORRÊNCIA BANCÁRIA

Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander continuam disputando fatias do bolo imobiliário que interessa às classes média e alta, onde está concentrada a menor taxa de inadimplência. Nos bancos particulares, os bons clientes são recompensados com taxas de juros reduzidas, ao passo que nos públicos – onde os juros normalmente já são mais baixos – os atrativos são celeridade e desburocratização. Dinheiro existe e precisa ser emprestado.

PORTABILIDADEEM MÚTUOS HABITACIONAIS

Muita gente ainda não sabe, mas é possível fazer uso da portabilidade também em financiamentos habitacionais. Ainda são raros os casos de pessoas que solicitaram a transferência dos seus mútuos de um para outro banco, a fim de aproveitar uma taxa de juros menor; trata-se, porém, de prática permitida pelo Banco Central há quase cinco anos – e gratuita. Hoje em dia, é provável que grande parte dos clientes de bancos particulares saia lucrando usando a portabilidade para levar seu financiamento a uma instituição pública, como a CEF ou o BB. Precisará, é claro, aguentar a pressão do seu gerente.