Notas do Mercado Imobiliário – semana de 11 a 17 de junho

11 de junho de 2012
  • BARBADAS NA PLANTA Volta e meia, ressurge a clássica pergunta: dá para comprar imóvel na planta “de barbada”? A resposta é: em transações seguras, muito dificilmente. Portanto, qualquer comprador, diante de um preço barato, antes de mais nada precisa verificar a idoneidade da incorporadora e sua atual situação financeira. Apesar de informações positivas sobre a empresa não excluírem completamente os riscos do negócio, reduzem de forma significativa a possibilidade do imóvel não ser entregue futuramente conforme o prometido.
  • NICHOS DE MERCADO Com a acomodação do mercado e o acirramento da concorrência, as imobiliárias estão procurando nichos específicos de atuação. Em São Paulo, já há empresas focadas somente em imóveis dotados de grande estilo ou alta sofisticação. Para serem classificados numa ou noutra categoria, conta-se desde uma vista privilegiada até uma localização descolada. Como o público-alvo para esses imóveis é o de alta renda, algumas imobiliárias estão apenas no mundo virtual.
  • A CRISE EUROPÉIA É consenso que, quando estamos diante de um quadro com muitas notícias ruins, adiamos nossas decisões; se, ao contrário, o panorama geral é bom, tendemos a tomar decisões. Mais por conta dessa conduta eminentemente humana do que por alguma afetação econômica direta, a crise que mexe com vários países da zona do Euro tem contribuído para o desaquecimento do mercado imobiliário brasileiro, em especial aquele voltado para a classe média.
  • PRESTAÇÕES MAIS BAIXAS, MAIS FINANCIAMENTOS A mais recente redução dos juros e o aumento do prazo dos empréstimos habitacionais, certamente trarão para o mercado outra leva de novos consumidores da classe média baixa. Isso porque, como os mútuos terão encargos menores e poderão ser divididos por um maior número de prestações, os valores das parcelas se reduzirão; em consequência, muitas famílias que antes não podiam comprar um imóvel financiado, por terem renda incompatível com a prestação, ficarão aptas a sonhar com a casa própria.
  • PRESTAÇÕES MENORES, MÚTUOS MAIORES Mesmo a pessoa que não tinha problemas com a comprovação de renda, saiu beneficiada pelas novas medidas governamentais. Agora, ela pode se candidatar a um financiamento maior, para adquirir um imóvel melhor, sem mexer no valor da prestação, já que o juro caiu e o prazo subiu. Dependendo do tipo de empréstimo a ser contratado, estima-se que o mutuário possa aumentar seu poder de compra de 10% a 15%.
  • VALORIZAÇÃO EM QUEDA Em maio, segundo o índice FIPE/Zap, o preço do metro quadrado dos imóveis situados em 7 regiões do País subiu 0,90% – o menor crescimento nos últimos dezoito meses. O preço mais caro foi apurado na cidade do Rio de Janeiro: cerca de R$ 10.500,00/m² para imóveis com 4 dormitórios (ou maiores). Ainda de acordo com o FIPE/Zap, a alta no preço dos imóveis entrou em processo de desaceleração.
  • RETROCESSO NA CONFIANÇA  Comparando-se o trimestre março/abril/maio de 2011 com o mesmo período de 2012, o Índice de Confiança da Construção, levantado pela Fundação Getulio Vargas, em parceria com o Banco Central, recuou 7,8%. Como diz o nome, o índice mede a confiança dos empresários do setor da construção. Como a demanda esperada para os meses de junho, julho e agosto foi o fator que mais contribuiu para a baixa, pode-se esperar um arrefecimento maior do mercado, pelo menos no curto prazo.
  • PORTAIS IMOBILIÁRIOS Os chamados portais imobiliários – grandes sites que reúnem anúncios de diversos corretores, imobiliárias, construtoras e incorporadoras – estão cada vez mais à frente da concorrência. E não poderia ser de outro modo, já que o mundo on line é realmente insuperável quando se trata de dar visibilidade a imóveis, disponibilizando espaço ilimitado para textos e fotos (isso sem falar em filmes, 3D, realidade aumentada etc). Nas últimas pesquisas, esses portais ficaram com a preferência de mais da metade dos consumidores, superando de longe os sites das empresas e os classificados de jornais.
  • DESCONTOS NAS CUSTAS Apesar de estar em vigor há quase quarenta anos, a Lei nº 6.015/73 ainda é pouco conhecida dos brasileiros. Por ela, toda pessoa que escriturar e registrar o seu primeiro imóvel residencial, adquirido com recursos do Sistema Financeiro da Habitação, tem direito a um desconto de 50% sobre as custas cobradas pelos tabelionatos e cartórios de registro de imóveis. Como os tabeliães e registradores não tem como saber quem faz jus ao desconto, o próprio comprador deve solicitá-lo antes de efetuar o pagamento.